Disco Nota 11: “The Queen Is Dead” – The Smiths

domingo, 15 de junho de 2014

Por Paulo Fernandes para rockontro.com

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Os Smiths começaram quando o guitarrista Johnny Marr (John Maher) bateu à porta do poeta (Steven) Morrissey em 1982, em busca de alguém que pudesse colocar letras em suas músicas, e terminou, de forma conturbada, em 1987. Em apenas 6 anos a profusa e profícua parceria entre a musicalidade de Marr e a poesia de Morrissey rendeu 4 álbuns de estúdio e mais de 30 singles de qualidade crescente.
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A RAINHA ESTÁ MORTA
Em 1986 os Smiths já haviam conquistado o mundo com seu “rock de guitarra” e suas letras inteligentes. Nesse mesmo ano foi lançado aquele que pode ser considerado como o trabalho síntese da banda e o seu melhor álbum: “The Queen Is Dead”.
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Confiantes de sua técnica e de sua capacidade criativa, buriladas à perfeição em tão pouco tempo, desde o primeiro álbum, “The Smiths”, de 1984, até a gravação de “The Queen Is Dead” no final de 1985, o grupo apresenta neste último uma diversidade musical muito maior do que as dos trabalhos anteriores.
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As letras tratam tanto de assuntos políticos polêmicos quanto da inadaptabilidade de algumas pessoas à dita normalidade do mundo, tema este tão caro a Morrissey. Olhando por este ângulo fica mais fácil entender como os Smiths foram alçados a porta-vozes de toda uma geração que pensava estar deslocada neste mundo normal, incluindo esta pessoa que aqui escreve.
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O álbum começa com um rock arrasador, The Queen Is Dead, com várias camadas sobrepostas da guitarra de Marr. Crítica ácida às instituições britânicas como a monarquia e a igreja.
A divertida Frankly, Mr. Shankly é uma ironia aos esquemas das gravadoras em geral e à Rough Trade (gravadora da banda) em particular.
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Na categoria belas baladas, na qual os Smiths eram imbatíveis, temos as tristes I Know it’s Over e Never Had no One Ever e a música que se tornou a marca registrada da banda:  There Is a Light that Never Goes Out,lindíssima com um arranjo de cordas bem colocado, narra o passeio noturno de carro de um casal de amantes, e tem versos marcantes como:
And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine
O contraponto alto-astral é fornecido por Cemetry Gates que celebra os heróis de Morrissey, os escritores John Keats,W.B. Yeats e, o seu maior ídolo, Oscar Wilde.
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Bigmouth Strikes Again é um irônico pedido de desculpas à então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, após a publicação, pela imprensa inglesa, do cínico comentário de Morrissey que lamentava o fato de Thatcher ter escapado ilesa de um atentado a bomba.
Outro dos clássicos smithsonianos é a alegre The Boy with the Thorn in his Side, mais uma cutucada na indústria musical.
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Completam essa obra-prima a divertida Vicar in a Tutu e a estranha Some Girls Are Bigger than others.
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Mantendo a tradição de capas iniciada com o primeiro álbum – foto de um ator de cinema e predominância de determinada cor – a capa de “The Queen Is Dead” é esverdeada e traz a foto do francês Alain Delon.
FAIXAS
Todas as músicas compostas por Marr e Morrissey.
Lado A
1) The Queen Is Dead
2) Frankly, Mr. Shankly
3) I Know It’s Over
4) Never Had No One Ever
5) Cemetry Gates
Lado B
1) Bigmouth Strikes Again
2) The Boy with the Thorn in His Side
3) Vicar in a Tutu
4) There Is a Light That Never Goes Out
5) Some Girls Are Bigger Than Others

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