por Paulo Afonso Fernandes para rockontro.com
Todos nós, em maior ou menor grau, passamos por momentos de baixo astral – vamos chamar assim para evitarmos entrar no terreno perigoso dos termos psicológicos e psiquiátricos – e cada um lida com esses estados da sua própria maneira. Considero a música um excelente remédio que me ajuda a sair dessas situações desconfortáveis e voltar a achar graça na vida e no mundo.
Claro que não vou colocar uma música do Bauhaus ou do Joy Division quando eu estiver meio “para baixo”, mas lanço mão de vários “medicamentos” e posologias que possuem poderes variados dependendo do estágio da “doença”. Recentemente eu resgatei, meio sem querer, uma “droga” potentíssima que creio pode ser usada sem restrições e cujo efeito é quase sempre elevar meu astral ao nível “dançar, cantar e batucar os objetos que estiverem na frente”.
O tal “remédio” é um grupo australiano com excesso de vitalidade até no nome: INXS (leia-se In Excess). Há cerca de seis semanas resolvi selecionar alguns CDs para ouvir no carro obedecendo a dois critérios: 1) ordem alfabética de artista e 2) discos que eu não ouvia há muito tempo. O “Greatest Hits” do INXS entrou no estojo no final de outubro e não saiu mais de lá.
A eficiente fórmula de rock do INXS é composta de doses bem equilibradas de peso e apelo dançante cujo belo exemplo é justamente a faixa de abertura dessa coletânea: Original Sin. Impossível não batucar no volante e cantar junto. No outro extremo do espectro sonoro temos baladas classudas, e também vibrantes, como o rock de breque Never Tear Us Apart. A voz do falecido Michael Hutchence é espetacular.
Há muito eu não usava, mas agora não ficarei sem. Já usei em situações variadas de humor e sempre com o mesmo resultado: alto astral.
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