Por Comunicação sem Fronteiras
Cidades sede registam grande número de feriados e setor privado teme queda na movimentação de clientes e perda da capacidade laboral dos trabalhadores nos dias de jogos
Nem sempre a conta fica redonda no País do futebol. Uma estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) divulgou, recentemente, que o Brasil deve sofrer uma perda de até R$ 30 bilhões com os feriados nas cidades sedes da Copa do Mundo. Se todas as empresas optarem em funcionar normalmente nos dias de feriado, o desembolso seria de R$ 135 milhões. Desse montante, R$ 50 bilhões serão gastos em custos e encargos trabalhistas.
A Fecomercio paulista acredita que o montante significa a perda potencial de competitividade para as empresas de todo o conjunto da economia. De acordo com o Artigo 56 da Lei Geral da Copa, os
estados, o Distrito Federal e os municípios que sediarão os eventos poderão declarar feriado ou ponto facultativo nos dias de ocorrência em seu território. A lei também determina que as escolas ajustem seus calendários de forma que as férias do meio do ano durem por todo o período da
competição.
Segundo o especialista em governança corporativa, Marcelo Camorim, diretor da Fox Partners, os setores que mais sentirão esse baque é a construção civil, bens e serviços e a indústria pesada, que
temem grande perda da capacidade laboral. “Com as mentes e corações na Copa, perde-se a energia e o foco nas atividades produtivas. A dispersão entres os colaboradores é inevitável e as empresas não têm outra opção, senão liberar suas equipes para assistir aos jogos. Comerciantes de alguns setores também estão temerosos. Afinal, em dia de jogo, o movimento cai. Assim como no carnaval, o cliente não vai às compras”, diz.
Cidades
Em Salvador, se forem decretadas as folgas, se somarão aos demais cinco feriados do período - três municipais, um estadual (São João) e um nacional (Corpus Christi) -, além de três jogos do Brasil, quando o expediente geralmente é encerrado mais cedo. Ou seja, entre 12 e 25 de junho, seriam apenas um dia útil (18 de junho) sem feriado ou partida do Brasil.
O morador de Manaus passará quase um mês sem trabalhar. Considerando os jogos já confirmados do Brasil na primeira fase da competição, as disputas que serão realizadas em Manaus e o encerramento do evento, os dias parados podem chegar a 28. “Não há como alterar a avalanche de festejos que virão por aí para tirar a concentração do mais disciplinado colaborador. Tentar duelar com esta forte cultura é uma luta perdida - pode soar como crueldade”, alerta o especialista.
O melhor para as empresas, segundo Camorim, é que cada uma permita que seus funcionários vivenciem este momento negociando reposições. “Se o serviço não pode parar, instale ao menos uma TV para a turma acompanhar os passes da bola. Como retorno, certamente haverá a motivação em relação ao local de trabalho”, aconselha.
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