Por Comunicação sem Fronteiras
Com escolas nas obras, construção civil oportuniza a alfabetização e escolarização dos trabalhadores das obras, contribuindo, assim para aumentar os indicadores positivos no Brasil
O Dia do Estudante celebrado nesta segunda, dia 11 de agosto, é um marco para toda sociedade empenhada em promover a cidadania e o crescimento econômico do Brasil. A área da construção civil é uma das que mais se destaca pelo oferecimento de oportunidades de progressão profissional a pessoas com baixo nível de escolaridade. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 33% dos trabalhadores registrados na construção civil são analfabetos funcionais e, em geral, desempenham funções auxiliares com pouca ou nenhuma especialização.
O cenário que antes era repleto de colaboradores analfabetos ou semianalfabetos vem recebendo grandes incentivos das empresas, que criam ambientes e mecanismos de estímulo à educação formal nos próprios canteiros de obra. Os dados brasileiros da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2001) elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam uma sensível melhora nos índices educacionais entre os trabalhadores da construção civil, uma das áreas que mais emprega pessoas com baixo ou nenhum nível de escolaridade. Segundo o estudo, em 2001, 38% haviam cursado apenas o 4o ano do estudo primário, seja a 4a série incompleta (16,87%) ou a 4a série completa (20,91%). Mas esse percentual era de 64,18% em 1988. O número de analfabetos no setor também foi reduzido pela metade na última década, saindo de um percentual de 5,3% em 1988 para 2,44% em 2001.
Exemplo disso pode ser verificado na Consciente Construtora que possui hoje 35 alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA), oferecida em parceria com o Sesi em dois de seus canteiros de obras. Um desses colaboradores é o servente de pedreiro Paulo Castro Silva dos Santos. Hoje no 6o ano do ensino fundamental, Paulo vê nos estudo a oportunidade de se aperfeiçoar e crescer como profissional. “Além disso, estudar é um sonho. Quero terminar, pelo menos, o ensino fundamental. Essa é uma oportunidade de estudo que não podemos deixar passar”, afirma.
Colega de aula e de obra de Paulo, o também servente de pedreiro Antônio Rodrigues Viana também aproveita o horário das aulas para se dedicar e recuperar o tempo perdido. “Eu nunca tinha estudado, nem meu nome eu sabia escrever. Hoje eu já sei escrever algumas coisas e leio também”, comemora.
Processo muito semelhante acontece dentro Dinâmica Engenharia. Natural do Tocantins, veio para Goiânia ano passado e não encontrava vaga para estudar de noite. “Estudar de dia eu não podia, por causa do trabalho”, conta. Estava fora da escola quando soube, na entrevista de emprego na Dinâmica Engenharia, de que a empresa oferecia a escola nas obras. “Foi uma oportunidade perfeita. Até falei na entrevista isto e ressaltei que não era papo de candidato. Eu queria realmente estudar”, conta.
Entre as vantagens de estudar no canteiro, ele ressalta que é a economia de tempo. “Mesmo se tivesse arrumado a vaga, o tempo é curto para pegar o trânsito, jantar e chegar na escola”, calcula. Outra vantagem, assinala a coordenadora de recursos humanos da Dinâmica Engenharia, é que o trabalhador já parte para os estudos ali no mesmo ambiente, após o banho e o lanche. “Se forem para casa e o cansaço bater, a desistência tem mais chances de acontecer”, diz.
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