Solista convidado elogia clima de trabalho de Orquestra de Goiânia

terça-feira, 5 de maio de 2015

por Secult/Goiânia


Paulo Brasil se apresenta amanhã com a Orquestra Sinfônica de Goiânia, no Teatro Sesi

Baiano de Santo Amaro, o pianista Paulo Brasil iniciou sua carreira de solista aos 10 anos de idade e está em Goiânia para se apresentar com a Orquestra Sinfônica. Para o repertório, ele escolheu o Concerto para piano No.3, do aclamado compositor russo Sergei Rachmaninoff, de 1909, que exige destreza e energia do intérprete. Entre um ensaio e outro, ele respondeu algumas perguntas feitas pela assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Cultura. Veja:



Não é a primeira vez que se apresenta com a Orquestra Sinfônica de Goiânia, qual sua opinião sobre o grupo?

Eu gosto muito de vir para tocar com a orquestra de Goiânia. O pessoal é aplicado e de bom humor, o que facilita muito o trabalho. Trabalhar sério é importante, mas muita gente confunde "trabalhar sério" com "trabalhar de cara feia". Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Felizmente isso não ocorre aqui. É uma orquestra descontraída e concentrada no trabalho. Merecem toda a recompensa possível.


Como é recebido pelo público aqui?

Eu acho que bem. Eu sempre notado uma boa presença no teatro e o público sempre foi receptivo. 


Quais seus compositores preferidos?

É uma pergunta complicada. Cada um é um mundo próprio, com experiências próprias, cada compositor contribui com coisas diferentes. É como estudar filosofia. Enquanto lhe respondo, ocorre-me um nome e imediatamente penso em outros dez. 

Por que escolheu executar Rachmaninoff neste concerto?

Eu já toquei aqui Tchaikovski, Beethoven e Brahms. Tinha vontade de fazer algo mais sensual ainda (se é que se pode ser mais sensual que Brahms). A sensualidade reina em Rachmaninov, ele não se cansa de fazer melodias, abusa da polifonia e da diversidade de cores, quem toca e quem ouve está sempre extasiado (pelo menos eu).


Qual a diferença de se apresentar sozinho num concerto e com uma orquestra como a Sinfônica?

Tudo tem seus prós e contras. Tocar sozinho tem a vantagem de você ensaiar sempre, claro, você está sozinho, não tem que combinar nada com ninguém, cada dia que você estuda é, ao mesmo tempo, um ensaio. Já tocar com orquestra...é chegar num dia, ensaiar no outro e tocar no outro. Um estresse. Eu gosto muito de ensaiar, porque sempre tem alguma coisa para acertar, algo para melhorar e com pouco ensaio não dá para filosofar muito. É inclusive complicado você fazer uma versão mais personalizada. Por outro lado, é mais divertido e há uma orquestra com muitos instrumentos para enriquecer o resultado sonoro. Eu trato sempre de desfrutar do bom de tocar sozinho e do bom de tocar com orquestra.


Em sua trajetória, com quem você mais aprendeu?

Outra pergunta difícil. Não tenho um nome para dar aqui. Tive vários professores, cada um com sua particularidade. Aprendi muito com meus amigos, com a experiência de vida e sobretudo, com não depender de uma instituição para aprender tudo o necessário. A escola ajuda muito, abre portas, mas a riqueza e a independência intelectual se tem quando você procura a informação por sua conta. A escola, ao mesmo tempo que ensina muitas coisas, ensina também a você ser dependente dela. 


O que o piano tem de tão mágico que o fascina desde a infância? Já passou por outros instrumentos?

Não toquei nenhum outro. Se eu tivesse tido tempo e dinheiro (sobretudo dinheiro, porque com dinheiro no bolso sempre há tempo), eu gostaria de ter estudado violoncelo e órgão de tubos. O que eu consegui foi estudar regência nos meus anos de Rússia. Mas o piano tem a particularidade de eu poder trabalhar com mais registros, polifonia e, o mais importante de tudo, era que em casa havia um piano! Eu, na verdade, queria estudar música e escolhi estudar piano porque em casa já tinha um. Toda a riqueza pianística eu descobri muito depois, quando eu já estava metido nele até os cabelos!


Mais informações sobre o solista: http://www.paulobrasil.com/

Serviço:
3º Concerto Oficial da Orquestra Sinfônica de Goiânia
Dia 5 de maio de 2015
Horário: 20h30
Local: Teatro Sesi (Avenida João Leite, 1013 - Santa Genoveva)
Entrada franca

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