Orquestra Sinfônica de Goiânia apresenta primeiro concerto da temporada 2014

segunda-feira, 17 de março de 2014

Por Secult/Goiânia

Dia 18 de março, às 20h30, no Teatro Sesi, a Orquestra Sinfônica de Goiânia apresenta seu primeiro concerto da temporada 2014. Com regência do maestro Joaquim Jayme, a apresentação conta com a participação do solista paulistano Álvaro Siviero, no piano.
No programa, a obra O Moldávia, do compositor tcheco Bedrich Smetana, o Concerto para piano e orquestra, em lá menor, op. 16, do compositor norueguês Edvard Hagerup Grieg e  Sinfonia No. 4, op. 29, Inextinguível, do dinamarquês Carl Nielsen, conhecido como um dos maiores compositores do período pós-romântico.
A entrada é franca. 
Programa:
AS OBRAS
O Moldávia
Sob um título geral de Minha Pátria, o compositor tcheco Bedrich Smetana nos deixou um ciclo de seis poemas sinfônicos, organizados de tal forma que os poemas se completam de dois em dois, vistos do ângulo do conteúdo. O plano era compor uma grande obra sinfônica baseada numa temática de caráter nacional, uma obra em que sua fantasia estivesse liberta de qualquer limite literário. Minha Pátria é um ciclo coerente de quadros da vida do povo, aos quais o compositor sempre vincula cenas históricas às belas paisagens do seu país.
Smetana criou essa grande obra em estado de total surdez, agravada por uma doença nervosa e completo esgotamento, conseqüência não apenas de permanente tensão criadora, mas principalmente pela perseguição e ataques de seus inimigos (hoje desconhecidos), que amarguravam e ameaçavam sua existência. Dos seis poemas, O Moldávia é um dos mais belos e mais tocados em salas de concerto.
Composto em 1874, descreve como se fosse uma pessoa, as cenas e paisagens às suas margens, as cenas históricas, as festas das ninfas nos bosques, casamento de aldeões, o luar, castelos e ruínas.
O Moldávia foi estreado no dia 4 de abril de 1875 em Praga, capital da Tchecoslováquia.

Edvard Hagerup Grieg (1843 –1907) é o mais célebre compositor norueguês. Demonstrou desde muito novo um excepcional talento musical. Após conhecer o nacionalista norueguês Rikard Nordraak, compositor do atual hino nacional da Noruega, seguiu uma nova corrente estilística de inspiração folclórica. As fontes norueguesas passaram a ser parte essencial de sua obra, tornando-o um dos grandes expoentes da música nacionalista, sempre lutando contra o domínio da música alemã. O Concerto para piano e orquestra, em lá menor, op. 16 foi escrito em 1868 quando Grieg tinha 25 anos e se encontrava na Dinamarca em companhia de vários amigos, entre os quais o pianista Edmund Neupert, a quem o concerto foi dedicado. A estreia deu-se em 3 de abril de 1870, em Roma. O concerto possui um charme nórdico. Inicia-se com um rufo dos tímpanos e o piano se apresenta de forma veemente. Após uma pequena introdução surge o primeiro tema baseado nas danças populares chamadas de halling. As circunstâncias que rodearam esta obra foram extremamente favoráveis: Grieg era um jovem recém-casado com uma mulher que amava. Tinha acabado de nascer uma filha e a família passava férias de verão. O compositor trabalhou nesta obra sem pressas. Costumava interromper a escrita para empreender longas caminhadas, para conversar com amigos ou sentar-se numa taberna próxima. A obra é dividida em três movimentos: o primeiro prende o ouvinte com sua força melódica e virtuosismo técnico. O segundo é leve, suave, como um sussurro dos campos noruegueses. O terceiro movimento é repleto de temas populares noruegueses, que conduzem a um nobre e majestoso final. Uma obra rica de ideias nacionalistas e de um lirismo sem igual faz desta uma pérola da música romântica.

Sinfonia No. 4, op. 29, Inextinguível
O compositor dinamarquês Carl Nielsen é reconhecido como um dos maiores compositores do período pós-romântico. A quarta sinfonia – uma de suas sinfonias mais dramáticas – foi composta entre 1914 e 1916, nos tempos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Entretanto, ao invés de mergulhar num estado melancólico, essa sinfonia expressa a profunda crença do compositor na vida e na continuidade da vida. Dessa forma, a Sinfonia No. 4 figura como um manifesto simbólico de Nielsen contra a guerra, e seu poder destrutivo. O compositor uma vez escreveu: “Música é vida, e, como a vida, ela é inextinguível”.
As tensões entre a “força” da vida e a sombra da morte atravessam toda a sinfonia. O primeiro movimento da sinfonia se inicia com uma verdadeira erupção do primeiro tema, que logo dá lugar à amável melodia do segundo tema. Motivos do imperativo primeiro tema reaparecem gerando ansiedade, no entanto, a melodia do segundo tema acaba se sobrepondo a todo caos. O segundo movimento soa quase como um intermezzo, com toda a leveza das madeiras e das cordas em pizzicato. Tomado pela leveza e elegância, o ouvinte é pego desprevenido pelo início do terceiro movimento. A entrada penetrante dos violinos introduz uma atmosfera intensa e um tanto sinistra. O violino solo surge dessa atmosfera, sussurrando uma melodia esperançosa, quando um momento de serenidade toma a orquestra. Esse estado logo se rompe com as nervosas intervenções dos sopros, dos tímpanos e dos metais e tudo termina no ruído cintilante das cordas, que remete ao começo do movimento. No último movimento, um tema grandiloquente irrompe subitamente. Tudo evolve de maneira instável. Num dos momentos mais empolgantes da sinfonia, os tímpanos tomam lugar de protagonistas em momentos de fúria desenfreada. Uma verdadeira batalha.
Por fim, após tanta hesitação e tanta tensão, o segundo tema do primeiro movimento reaparece em toda sua força, completa e ininterruptamente, reafirmando por fim a crença do compositor na vida e na superação.

Comentários: Bianca Laboissiere

Sobre o maestro:
Joaquim Jayme nasceu em 1941, estudou piano em Goiânia com Belkiss Spenciére Carneiro de Mendonça. Bolsista dos Seminários Internacionais de Música dos anos 1958 à 1960, promovidos pela Universidade da Bahia. Bolsista dos cursos regulares dos Seminários Livres de Música da UFBA de 1959 à 1962, onde estudou piano (Sebastian Benda e Pierre  Klose), regência (Koellreuter) e composição (Koellreuter e Miklós Kokrom).Curso de pós-graduação no departamento de música na UNB, sob orientação do maestro e compositor Cláudio Santoro, estudando análise e fuga, regência orquestral, instrumentação e orquestração. Mestrado em musicologia pela universidade de Rostock, Alemanha.
Professor do departamento de música da UNB, regente do coral da UNB e assistente de sua orquestra de câmara. Professor titular e co-organizador da Fundação das Artes de São Caetano do Sul e regente de sua orquestra de cordas, Musicâmara. Professor Titular e diretor da Escola Superior de Música da Universidade de Concepcion, Chile. Professor, por cinco anos da universidade de Rostock, Alemanha. Redator musical, inspetor chefe e maestro assistente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro de Brasília. Professor assistente do Departamento de Música da Universidade de Brasília.  Professor adjunto da UNB, fundador e regente titular do Coral do Estado de Goiás, fundador e maestro titular da Orquestra Filarmônica de Goiás, bem como fundador e diretor da escola de música do centro cultural Gustav Ritter. Autor de várias obras para piano, canto e piano, Orquestra de cordas, sinfônica, dezenas de arranjos para coro e quase uma centena de canções populares e líricas com textos de poetas brasileiros e estrangeiros. Em 1993, a convite da prefeitura, organizou a Orquestra Sinfônica de Goiânia, da qual é regente titular e diretor artístico. Gravou com a Orquestra dois CDs: Sinfonia das Águas Goianas e Alvorada na Serra. Foi Secretário Municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Goiânia, bem como Superintendente da Fundação Orquestra Sinfônica de Goiânia. Em 1997 uniu o Coral Municipal com a Camerata Vocal de Goiânia, criando o atual Coro Sinfônico de Goiânia.Reassume o comando da Orquestra Sinfônica de Goiânia, em que é seu Maestro Titular e Diretor Artístico.  Foi Secretário Municipal de Cultura durante o ano 2012.

Sobre o solista:
O paulistano Álvaro Siviero é um apaixonado pelo piano. Siviero acumula passagens por países como Alemanha, Portugal, Itália, EUA, Áustria, França, Inglaterra, Suíça atuando como solista em diversas turnês pelo Brasil, Argentina, Chile, Uruguay, Peru diante da London Festival Orchestra, Budapest Chamber Orchestra, Russian Virtuosi of Europe, The City of Prague Philharmonic Orchestra, Salzburg Chamber Soloists, Orquestra Academica de Madrid, I Musici de Montreal, entre outras. Atuou também em recital conjunto com a Mahler Chamber Orchestra.
A crítica de suas apresentações resume-se no que publicou o periódico El Mercúrio (Chile), definindo Siviero como “detentor de depurada técnica e rigoroso estilo, unido a uma esplêndida elegância e finesse. Em alguns momentos sua digitação causa vertigem, enquanto que nos contrastes dinâmicos seus pianíssimos chegam a comover. Um pianista para aplaudir”.
Siviero foi o primeiro brasileiro mundialmente selecionado para participar do curso de imersão na obra de Beethoven na Fundação Wilhelm Kempff, em Positano, Itália. Sua tocante interpretação do Concerto n.3 para piano de Rachmaninov foi ovacionada pelo público e crítica especializada durante turnê que realizou pelas principais salas de concerto das capitais brasileiras.
Em maio de 2007, foi o pianista que realizou recital particular ao Papa Bento XVI, em Aparecida, São Paulo, quando da visita do Romano Pontífice ao Brasil. Em novembro de 2009, foi o único brasileiro convidado a representar o Brasil no histórico Encontro Mundial de Artistas, celebrado na Capela Sistina, em Roma.
Em 2011, na Cartuxa de Valldemossa, Siviero foi o pianista que realizou o recital oficial de reabertura do verdadeiro local em que viveu o compositor Frederic Chopin, em Maiorca.
Com especialização em multiculturalidade pelo Lesley College, Cambridge e graduado em Física pela Universidade de São Paulo. Siviero é responsável por um blog de música clássica no jornal O Estado de São Paulo.
 Serviço:
Orquestra Sinfônica de Goiânia
Dia 18 de março de 2014
Horário: 20h30
Local: Teatro Sesi
Avenida João Leite, 1013 – Santa Genoveva
Entrada Franca

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