A Mothern: Jornalista

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Clipart: Google
A Série Mothern Profissional são reportagens que contam os impasses vividos por diversas mães que através de experiências do ambiente de trabalho tentam solucionar questões que envolvam o cotidiano de seus filhotes. Mães psicólogas, empresárias, comunicadoras, advogadas falam de como foi possível bem direcionar os seus filhos em situações de estresse, e ainda dão dicas valiosas para outras Motherns.

A Mothern: Jornalista Uma homenagem a todas as minhas colegas de profissão

“Ser mãe e profissional ao mesmo tempo é certamente a tarefa mais árdua da maternidade: Quando a criança ainda é pequena, se você está com ela, se preocupa com o trabalho, e quando está no trabalho pensa em seu filho.” Elaine Freitas


Maternidade, carreira, casamento, vida pessoal, casa, sucesso... São várias questões que agitam na cabeça da mulher moderna, e há momentos que não se sabe para onde ir. Conciliar todas essas questões, nós mulheres tentamos, e muitas de nós até conseguimos viver bem com tantos desafios.

Nessa última reportagem da Série Mothern Profissional, a entrevistada é uma jornalista, que tem conseguido burlar as dificuldades e alcançado o seu sucesso como Mothern e Profissional:

A Jornalista especialista em Comunicação e Marketing, Elaine Freitas, 33 anos, mesmo tendo iniciado a sua gestão como Mothern muito nova, tem tirado de letra os desafios vivenciados nesses últimos quinze anos com sua filha, a estudante Jessica. “No meu caso, as coisas foram um pouco complicadas durante a infância de minha filha, eu morava em uma cidade e trabalhava em outra, a 50 km de distância. E embora minha filha ficasse na casa de minha mãe, eu me preocupava por não participar ativamente de sua infância, já que o trabalho de jornalista exigia muito.” diz Elaine, que um dia, chegou a dormir na redação do jornal onde trabalhava, porque não tinha mais ônibus para voltar para casa quando terminou o seu plantão no jornal.

Tentar conciliar as duas perspectivas: ser mãe e ser profissional, foi muitas das vezes angustiante também para Elaine: “Lembro-me de chorar muito, não achava certo deixar minha filha com minha mãe. EU era a mãe e, embora muito jovem, EU que tinha de cuidar dela.”. Mas, mesmo sabendo conciliar Jessica a sua rotina, e passar pelos duros momentos de ausência com a filha, Elaine hoje está mais tranquila, ainda que passando por outros desafios. “Meu trabalho está menos intenso, pois sou concursada: outra batalha difícil de conquistar e que, para alcançá-la, tive de abrir mão do precioso tempo ao lado de minha filha. Agora os desafios são outros: lidar com a adolescência, por mais que eu tenha mais tempo, é complicado.” confessa essa Mothern.

Segundo Elaine, o adolescente sempre encontra na mãe uma figura má, que lhe manda fazer coisas chatas, que não lhe deixa viver a vida. “Muitas vezes encontramos mentiras, vemos em nossos filhos uma pessoa que não parece nem um pouco com aquela criança que criamos. É um desafio muito grande ter paciência, sobriedade, inteligência, calma para poder se relacionar diariamente com alguém nesta fase.” relata Elaine, que após uma fase conturbada com a filha, diz estarem bem unidas, resgatando aquela alegria bem de família. “Afinal, a família somos apenas nós duas, mais ninguém, uma tem que contar com a outra em todos os momentos.” conclui.

Quando se fala na questão da mãe profissional em relação ao filho, a Jornalista diz que como a profissão exige que ela esteja sempre bem informada, lendo muito, além de estar ligada nas novidades da internet: redes sociais, websites institucionais, e que são assuntos que realmente a interessam, tudo isso ajuda em muito a estreitar a relação das duas e a criar uma menor distância entre os interesses de ambas: “Como minha filha é adolescente, esses assuntos também estão em pauta no mundo dela, assim, encontramos muitos interesses em comum, e sempre mostro a ela alguns links e novidades relacionados a meu trabalho.”

Outro ponto que as aproxima, é o fato de Jessica ser desenhista, o que faz Elaine acreditar que a filha poderá ajudá-la futuramente em alguns trabalhos. “Ela pensa em ser designer, e a profissão de designer é uma das que mais complementa a de jornalista, talvez ela possa fazer os sites, enquanto eu trabalho no conteúdo. Já pensei nisso, embora não tente influenciá-la a nada.” confessa Elaine, que ainda diz que sempre procurou mesmo foi influenciar a filha na questão da leitura. “Sempre aparecia em casa com livros, revistas, jornais... mas, ela não é muito ligada à leitura, prefere a dinamicidade e praticidade da internet, que para mim é o mal desta geração.” diz a Jornalista que percebe o potencial da garota tanto em relação a escrita quanto ao desenho. (Realmente o que Jessica produz é material de boa qualidade que se pode conferir em seu blog: http://lovelyanise.deviantart.com/, até mesmo pelos textos em Inglês, que parecem serem escritos por uma garota nativa)

A Mothern admiradora de Jessica elogia o material do blog: “Não parecem coisa de adolescente, ela utiliza palavras de adulto, se expressa bem, tem um português impecável. Acho que tive certa influência nisso, talvez porque eu sou perfeccionista e exijo o mesmo dela.”. Elaine também percebe que a filha é muito crítica e tem opiniões semelhantes às suas: “Acredito que isso se deve ao fato de eu ser jornalista e estar sempre apontando minhas opiniões em casa, já que muitas vezes não posso fazer o mesmo na profissão, afinal liberdade de expressão? Isso não existe no jornalismo!” Mas, de uma coisa a Jornalista está bem certa: “Não quero que ela seja jornalista.”

Dicas da profissional a outras mães:

- A primeira dica é jamais decidir a profissão de seu filho. Claro que, muitas vezes sem querer, os pais influenciam e dão opinião, mas, a decisão deve ser deles. “Como Jessica gosta muito de desenhar, sugeri a ela que fosse arquiteta ou engenheira. Mas, ela foi a um evento da UFG que ensina a escolher profissões e disse não ter o menor jeito para isso. Então, limitei-me a dizer que ela escolha o que deseja, buscando não influenciar mais do que já influenciei. Esse é um momento dela.” conclui Elaine.

- A dica mais importante é uma que essa Mothern ainda não sabe: Como conciliar trabalho e maternidade? “Olha, não existe receita. Quando se olha para trás, você pensa em mil coisas que poderia ter feito no trabalho... ou mil coisas que poderia ter feito com seu filho. Ainda mais no meu caso, que criei minha filha sozinha, como pai e mãe.” diz a Jornalista, que acredita que o melhor é tentar conciliar, se dividir em duas, três... dar o melhor de si. “Esse é um desafio da mulher moderna, e é a primeira coisa que penso ao imaginar a possibilidade de engravidar de novo. E confesso: não quero enfrentar esse desafio de novo. Pelo menos, não agora...” finaliza Elaine.

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