Sobre o diário de uma mãe sincera

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Semana passada estava no supermercado, vendo capas de revistas, e a Super Interessante deste mês promovia, no alto da capa: "Diário de uma mãe sincera - O que as grávidas não contam" - Edição 299 - 9 de dez/2011. Comprei a revista, afinal eu acredito que é preciso explorar de verdade o assunto maternidade, saindo dos meandros do paraíso que a sociedade prega.

Sem dúvidas, ser mãe é gratificante, uma obra do Divino. Mas, definitivamente as mulheres da minha geração não foram criadas para tal. A nossa formação é a de sermos mulheres bem sucedidas profissionalmente e financeiramente, totalmente independentes e até individualistas. Ser mãe não cabe neste pacote, ao contrário para algumas até atrapalha...

E qual é o problema em ser mãe ou não para a mulher? É questão apenas de escolha. E esta deve ser bem feita, planejada para não promover riscos e descuidos para o bebê gerado.

Diante desta pespectiva, acredito que é preciso explorar o assunto maternidade em seu bojo. Como o texto de Gisela Blanco para a revista. Na matéria a jornalista comenta as mudanças físicas/emocionais e o impactos dessas na vida da mulher contemporanea.

Mesmo para quem tem um gravidez tranquila, sem problemas, não é fácil entender que seu corpo está voltado para uma situação diferente da do trabalho agitado. As limitações provocam estresse, e angustia. O que se fazia antes com agilidade, e até mesmo após o nascimento do bebê. Muda. Como muda!

Existem pessoas que acreditam que não é interessante falar sobre os mais diversos e divergentes aspectos da gravidez, pois, afinal menos mulheres engravidarão. Ao contrário, é preciso sim, mostrar para a mulher o que é a gravidez e a maternidade em seu bojo, cabe a ela decidir juntamente com o parceiro se querem passar por esta fase da vida, se serão bons pais, e se promoverão a oportunidade de uma boa vida ao rebento. Digo boa vida, não só no sentido material, mas, principalmente e fundamentalmente, no emocional e intelectual, e até mesmo social.

Filhos são nossas escolhas, que devem ser cuidadas com todo esmero, amor, e carinho.

É importante falar sim sobre a maternidade, que não é só o paraíso pintando por aí. Veja a grande preocupação com a questão do aleitamento materno... Por que será???

Um comentário:

  1. Essa questão é realmente muito séria, mas nem sempre a mulher é preparada somente para a vida profissional. A criação e o direcionamento de cada um depende muito do ambiente cultural do qual faz parte. Em muitas famílias e comunidades a mulher ainda é direcionada para o casamento e a maternidade. E eu digo direcionada, não preparada.

    A questão da escolha e da conscientização é muito importante e faz toda a diferença. Ser mãe é algo realmente maravilhoso quando sabemos que nossos filhos não terão problemas para se alimentar, poderão frequentar boas escolas, terão opção de lazer e cultura, além de convivência em ambiente familiar saudável, mas... poucas pessoas tem tudo isso.

    A gestação é sempre complicada para quem trabalha fora e principalmente se a gestante precisa andar em ônibus, enfrentar longas caminhadas, se tem uma profissão em que o equilibrio emocional é colocado a prova a todo momento. Não são só as mudanças do corpo que dificultam o trabalho, mas também as mudanças hormonais que te fazem uma pessoa hiper sensível.

    E quando nasce o bebê toda a adaptação é muito complexa. Cada caso é único... cada criança tem um comportamento... cada mãe, uma necessidade... e nem todas tem o apoio necessário porque quando o bebê nasce, a prioridade é ele.

    E aí vem as outras preocupações: amamentação, fralda compatível com a pele do bebê e com o bolso, horários, alimentação, higiene, descanso, formação moral, concordância entre os pais em relação a tudo isso.

    Concordo que nossa geração está muito voltada ao trabalho, o que pode dificultar a maternidade, mas não acho que a maternidade tenha sido mais fácil para nossas avós que não trabalharam fora, mas se sentiram igualmente despreparadas e sem a opção de se auto sustentarem caso pudessem fugir da tirania machista da época.

    Hoje os filhos são nossa escolha (ou pelo menos em muitos casos) e talvez por isso sejamos mães mais velhas ou nem sejamos mães, mas a maior verdade é que só sabe o que é maternidade quem passa por isso. E só se entende bem o que é dito sobre o tema quem viveu e sentiu na pele, o que não nos impede de tentar preparar melhor nossas filhas para vivê-la de uma maneira menos traumática e sofrida.

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Obrigada pela a atenção!