Por Paulo Fernandes para rockontro.com
DISCÍPULO DE HITCHCOCK
Ao longo de toda a obra do diretor Brian De Palma, podemos encontrar referências, algumasbastante evidentes, aos filmes de seu maior ídolo: Alfred Hitchcock.
De Palma construiu sua carreira seguindo o caminho do suspense traçado pelo mestre Hitchcock. Começou sua carreira, com realizações independentes, no final da década de 1960.
Brian De Palma em filmagem
Seu primeiro grande sucesso foi “Carrie, A Estranha”, de 1976, adaptação de uma históriade Stephen King. Dai em diante, e até hoje, o diretor seguiu alternando filmes excelentes comoutros nem tanto. Entre os meus preferidos estão: “Vestida para Matar”, “Dublê de Corpo”,“Os Intocáveis” e “Femme Fatale”.
ROCK, CINEMA E LITERATURA
Antes do sucesso de “Carrie”, Brian de Palma realizou em 1974 um filme repleto de referências literárias e cinematográficas e utilizando a música como tema: “O Fantasma do Paraíso”.
Cartaz de 20 anos do filme
Na época o filme passou quase despercebido, mas com o passar do tempo foi ganhando merecidamente o status de “cult”, graças à sua mistura de suspense, comédia e musical.
Resumidamente a história gira em torno de um compositor talentoso e desconhecido (Winslow), um produtor musical inescrupuloso (Swan) e uma cantora promissora (Phoenix).
Winslow (William Finley)
Phoenix (Jessica Harper)
Os ingredientes que De Palma combina em seu filme:
* A lenda de “Fausto” (imortalizada no livro de Goethe) - o contrato irrevogável entre Swan e Winslow para a composição uma cantata rock baseada justamente em Fausto;
Swan (Paul Nicholas)
* O livro “O Fantasma da Ópera” de Gaston Leroux – após ser sucessivamente enganado por Swan e ser vítima de um acidente que lhe desfigura o rosto, Winslow assume a identidade de Fantasma (com roupa preta, capa e máscara de coruja) e passa a “assombrar” a casa de espetáculos criada por Swan, chamada Paraíso.
Swan e o Fantasma (William Finley)
* O livro “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde – Swan permanece sempre jovem e “lindo”(??) graças a um pacto feito com o demônio e gravado em fita de vídeo(ao invés de uma tela).
* O livro de Mary Shelley, “Frankenstein”, e suas adaptações para o cinema – A“criação” de um monstro do rock: Beef
Beef (Gerrrit Graham)
Quanto às inúmeras referências cinematográficas, duas merecem destaque: a decoração do show de inauguração do Paraíso que remete ao filme expressionista “O Gabinete do Dr.Caligari”, de Robert Wiene, e uma paródia à cena do chuveiro de “Psicose”, de Alfred Hitchcock”, quando o Fantasma ameaça Beef com um desentupidor de pia. Beef é o cantor andrógino que Swan contrata para o papel principal da cantata, que Winslow/Fantasma queriaf osse de Phoenix.
The Undeads na inauguração do Paraíso
O Fantasma ameaça Beef no chuveiro
A música do filme foi composta pelo ator e músico Paul Williams que faz o papel de Swan (irônico!). Um resumo evolutivo do rock é mostrado no filme, que se inicia com um rock típico dos anos 1950, a cargo dos Juicy Fruits, passa pelo pop praiano dos 60s, com os Beach Bums, e vai até o glitter rock (em voga no ano de lançamento do filme) com Beef e os Undeads.
Phoenix na sequência final do filme
Se separarmos a obra: a história nem é tão original assim, a música não é nenhuma coisa de outro mundo, a direção não está entre as melhores de Brian De Palma. Porém a soma de tudo resulta num filme divertidíssimo e que sempre dá vontade de rever quando é reprisado na TV.
MÚSICAS DO FILME
Estas são as músicas que aparecem no filme e os personagens que as executam.
Goodbye, Eddie, Goodbye – The Juicy Fruits
Faust – Winslow
Upholstery – The Beach Bums
Faust(1º Reprise) – Winslow, Phoenix
Special to Me – Phoenix
Never Thought I'd Get to Meet the Devil – Winslow
The Phantom's Theme (Beauty and the Beast) – Phantom
Faust(2º Reprise) – Phantom
Somebody Super Like You – The Undeads
Life at Last – Beef
Old Souls – Phoenix
The Hell of It – Swan
Ouça o álbum completo:
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