As duas vidas do Barão Vermelho

domingo, 29 de dezembro de 2013

Por Paulo Fernandes para rockontro.com





OS BARÕES

Primeiro houve um Barão Vermelho, o aviador alemão Manfred von Richtofenque lutou na Primeira Guerra Mundial, com seu avião triplano Fokker vermelho, e é reconhecido como um dos maiores ases da aviação de todos os tempos.

       
Manfred von Richtofen (foto) e o "Barão Vermelho" em combate (gravura)


Quanto ao Barão Vermelho brasileiropoderíamos dizer que na verdade são dois grupos semelhantesmas diferentes. Um foi capitaneado por Cazuza e o outro é (ou foi?) por Frejat. Para nossa sorte ambos são excelentes e até hoje eu não sei qual é o melhor.


O QUEEN INSPIROU O BARÃO

Conta a lenda queapós assistirem a um show do Queen em São Paulo, os amigos cariocas GutoGoffi e Maurício Barros decidiram montar uma banda de rock. E assim fizeram, o BarãoVermelho nasceu em 1981 com Guto (bateria) e Marcelo (tecladoscompletado por  (baixo) eFrejat (guitarra).



quarteto passou a ensaiar na casa de Marcelo, porém havia um problemanenhum deles sabia ou queria cantar. O primeiro vocalista a ser testado foi o goiano Léo Jaimeporém a parceria não vingouMesmo não sendo aceitoLéo Jaime, que  participava de outros projetosindicou um conhecido chamado Agenor de Miranda Araújo Netoque atendia pelo codinome Cazuza.



PRIMEIRO VOO DO BARÃO

Com Cazuza nos vocais o Barão Vermelho estava preparado para alçar voo. O primeiro álbum,“Barão Vermelho”foi lançado em 1982, seguido por “Barão Vermelho 2” de 1983.

Apesar das letras de Cazuza serem acima da média das musicas de rock e do esforço da turma, o sucesso ainda não tinha acontecidoFoi graças a Ney Matogrossoao gravar a música Pro Dia Nascer Felizque as rádios passaram a tocar as músicas do grupo. Em 1984 com a música temado filme “Bete Balanço” Barão Vermelho finalmente conquistou o Brasil. O sucesso seria consolidado com o lançamento do terceiro álbum“Maior Abandonado”, de 1984, nas apresentações do Rock in Rio de 1985.

Barão Vermelho e Ezequiel Neves (às 5h), produtor e incentivador


Quando tudo parecia um “céu de Brigadeiro”, o Barão Vermelho sofreu as primeiras turbulências:Cazuzaque queria se expressar de outras formas além do rock, anunciou sua saída da banda em 1985. Por conta disso a amizade entre Cazuza e Frejat ficou estremecida por algum tempo.


O SEGUNDO VOO DO BARÃO

Muitos apostaram que seria o fim do grupoporém após uma parada para reparos em 1986 o Barão Vermelho estava pronto para decolar novamente, agora com Frejat nos vocais.

Ao contrário de muitas cisões em grupos de rock, a separação acabou por ser salutar tanto para Cazuzaque iniciou uma promissora carreira solo quanto para o Barãoque agora podia,musicalmente, se aproximar mais de seus ídolos roqueiros (como Rolling Stones, Led Zepellin e Deep Purple).



Apesar de estar novamente voando, o Barão demorou um pouquinho a alcançar novamente a rota do sucessofoi  em 1988 com o disco “Carnaval” que o prestígio e popularidade do grupo voltaram aos níveis anteriores.

Este segundo Barão é mais pesado e mais roqueiro que o primeiroque era bem bluseiro e influenciado pela MPB.


Embora enfrentando alguns percalços o Barão Vermelho entrou com bastante prestígio na décadade 1990. Cazuza morreu em 1990 e foi homenageado por sua antiga banda com a bela canção Poeta está Vivo.  


PARADA NO HANGAR

Em 2001 a banda resolve dar uma pausa e seus integrantes desenvolvem projetos solo. Retornaram em 2004 e em 2007 fizeram uma nova parada.

Barão Vermelho (ou os 2) conseguiu escrever seu nome na história do rock, sendo um dos destaques daquela geração oitentista que renovou o rock nacional e é referência e influência para as novas gerações tão carentes daquele brilho do passado.


MÚSICAS


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