Dra. Wanessa Felipe - Psicologia

sábado, 28 de janeiro de 2012


Sabendo da pressão e do stress do dia a dia da vida cotidiana, o Patricia Finotti Opinião apresenta como parceira a psicóloga clínica Wanessa Felipe. Esta profissional presta atendimento com alguns convênios, planos de saúde, escolas, faculdades e hospitais.
´´Leia mais``
Fazer análise, falar, usar a palavra ... será que isto funciona para obter a paz interior e diminuir doenças?
Os antigos gregos sabiam que a palavra pode ser remédio ou veneno, pode curar ou matar, e nisso eles são confirmados até hoje pela sabedoria popular, que conhece o poder da palavra. Podemos adoecer de uma palavra má, podemos nos curar por uma boa palavra. O povo sabe do poder da palavra, ele é o “inventa línguas”, como dizem os poetas. O cineasta Glauber Rocha costumava andar no meio da multidão em plena avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, só para escutar palavras, e foi numa dessas que ele “recebeu” a idéia do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Escutar a palavra é o que nos leva ao teatro, no dizer de Lacan. Hesíodo dizia que os deuses castigavam os homens mandando-lhes doenças silenciosas, mas Freud mostrou que as doenças falam e que, por isso, podem ser curadas.
É incrível como muitas vezes algo nos incomoda profundamente e nos faz sofrer. Mas não conseguimos fazer nada para mudar a situação. Continuamos presos, porque, paradoxalmente, a dor que atormenta também conforta. Por pior que seja, aceitar o que não vai bem acaba parecendo mais seguro do que tentar uma mudança. Caso se sinta assim, talvez seja hora de acreditar que tem o direito de ser feliz e que pode dar novo rumo a sua história. Que tal começar, buscando a resposta para o problema dentro de si mesmo? A psicanálise é um dos caminhos que podem ajudar nesse processo.
Fazer análise, porém, não é como ir ao médico, que dá o diagnóstico, define um tratamento, marca um retorno e uma consulta para daqui a seis meses. Ela requer várias sessões e mais investimento financeiro, que é com o que a maioria logo se preocupa ao ouvir falar do assunto. Mas em alguns lugares, é possível recorrer a essa terapia gratuitamente ou pagando quanto puder: uma chance, para qualquer pessoa, de conseguir viver melhor o amor, a profissão, o relacionamento com a família, com os amigos, com ela própria.
Psicanálise não é coisa para gente maluca, como aparece no senso comum. “É coisa para todos nós, que andamos por aí, sofrendo nossas paixões, nossas perdas e não conseguindo enfrentá-las”, diz uma psicanalista, existem sintomas que não tem causa física e, portanto, não podem ser tratados pelos meios normais da medicina. Mais da metade dos casos pede tratamento pela escuta, o que só pode ser feito por meio da psicanálise.
Todos nós, mulheres, homens, não importa a idade, sofremos com nossas neuroses. Neurose é, por exemplo, sofrer com o casamento ou outra situação, e “não dar conta de modificá-la nem de romper com esses grilhões”. Quem vive dizendo “não dou conta de” é um bom candidato a ser analisado. A psicanálise faz diferença na vida de qualquer pessoa. Mas que ninguém vá esperando curar-se rapidamente, aviso. Isso pode levar tempo e, certamente, vai doer algumas vezes. Ou várias.
Mexer com os sentimentos e coisas esquecidas pode angustiar. Quando, durante a análise, a pessoa descobre que não faz nada para mudar o que vai mal à sua vida, porque sente prazer no que a faz sofrer, ela pode se assustar e não suportar sua descoberta. Entretanto, o papel do psicanalista é justamente o de ajudá-la para que, mesmo angustiada, consiga ir adiante. “E, acredite, o aprisionamento pode ser vencido”. No fim, há uma libertação do espírito e, um belo dia, a ferida sara.
Mas até para começar a fazer psicanálise é preciso ter a iniciativa de desatar nós, alguns bastante apertados. Parar de ficar no eterno sofrimento, pedindo que alguém cuide de você ou resolva tudo na sua vida é um bom começo. Reconheço que existem situações na vida que tornam esse tipo de atitude mais justificável, como perder o marido, o filho, os braços. “Mas lembre-se de que o iatista Lars Grael perdeu uma perna e deu conta de continuar sendo um atleta”, exemplifico.
Perde-se algo, mas não se pode perder o caminhar, porque ninguém pode ser enterrado vivo. E o papel da psicanálise, comparo, é desenterrar vivos, permitir que a pessoa “dê conta” daquilo que ela vivia dizendo que não dava para, finalmente, conseguir ser feliz e viver com qualidade. “Se uma porta se fecha, abre-se outra. Mas quem só fica olhando para a porta que se fechou, nunca vai ver a outra que está se abrindo.”
Caminho da análise:
- Quem faz análise é chamado de analisando. Quem já fez, analisado.
- Na psicanálise, o analisando precisa dizer tudo o que pensa – o que não é tão fácil como parece – e o analista escuta sem preconceitos ou julgamentos.
- O tratamento psicanalítico pode durar meses ou anos, mas tem fim. Porém, em tempos diferentes para indivíduos diferentes.
- O que determina o tempo de duração não é a personalidade, como por exemplo, jurar que é mestre em dar a volta por cima. Esse tempo é determinado pela forma como o inconsciente foi formado. Muitas vezes, alguém que parece não avançar muito, de repente e em pouco tempo, por uma associação que faz ou porque o inconsciente se revela, anda muitos passos de uma só vez.
- Não há risco de o analisando ficar dependente da psicanálise, quando esta é bem conduzida.
- O analisando tem alta quando ele próprio se autoriza. Uma pessoa sabe que não precisa mais ir ao psicanalista quando se dá por satisfeita, fica livre do que a aprisionava e sente que tem autonomia para seguir sozinha.
- Há quem diga que se esquecer de ir à sessão é sinal de que o analisando está ficando bom. Mas, normalmente, esse esquecimento nada mais é do que uma resistência por achar difícil ir adiante.
- O que mais leva o ser humano a procurar a psicanálise é algo que sempre se repete na vida dele e que o angustia muito, como a dificuldade em assumir sua sexualidade, por exemplo.
- Para começar a fazer análise, é preciso querer mudar para melhor. E isso, tanto um peão de roça quanto um doutor podem fazer, porque a formação e expressão do ser humano são muito parecidas nas paixões e na dor, como a de perder um filho ou a da traição. Portanto, grau de instrução ou formação intelectual não são pré-requisitos.
Dra. Wanessa Felipe
Seu telefone para marcação da primeira sessão é 3945-7448 ou 9688-6506.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela a atenção!