Educação sem barreiras

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Por Comunicação sem Fronteiras

Com escolas nas obras, construção civil oportuniza a alfabetização e escolarização dos trabalhadores das obras, contribuindo, assim para aumentar os indicadores positivos no Brasil

O Dia do Estudante  celebrado nesta  segunda, dia 11 de agosto, é um marco para  toda sociedade  empenhada  em  promover  a  cidadania  e  o  crescimento econômico do Brasil. A área da construção civil é uma das que mais se destaca pelo oferecimento de oportunidades de progressão profissional a pessoas com baixo  nível  de escolaridade. De  acordo  com  a  Organização Internacional  do Trabalho (OIT), mais de 33% dos trabalhadores registrados na construção civil são analfabetos funcionais e, em geral, desempenham funções auxiliares com pouca ou nenhuma especialização.

O  cenário  que  antes  era  repleto  de  colaboradores  analfabetos  ou semianalfabetos vem  recebendo grandes incentivos das empresas, que  criam ambientes e mecanismos de estímulo à educação formal nos próprios canteiros de obra. Os dados brasileiros da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2001)  elaborada  pelo Ministério  do  Trabalho  e  Emprego  (MTE) apontam uma  sensível  melhora  nos índices  educacionais  entre  os  trabalhadores  da construção  civil,  uma  das  áreas que  mais  emprega  pessoas  com  baixo  ou nenhum  nível  de  escolaridade. Segundo o  estudo,  em  2001,  38%  haviam cursado  apenas  o  4o  ano  do  estudo  primário, seja  a  4a  série  incompleta (16,87%) ou a 4a série completa (20,91%). Mas esse percentual era de 64,18% em 1988. O número de analfabetos no setor também foi reduzido pela metade na última década, saindo de um percentual de 5,3% em 1988 para 2,44% em 2001.

Exemplo disso pode ser verificado na Consciente Construtora que possui hoje 35 alunos  matriculados  na  Educação  de  Jovens  e  Adultos  (EJA),  oferecida em parceria  com  o  Sesi  em  dois  de  seus  canteiros  de  obras.  Um desses colaboradores  é  o  servente  de  pedreiro  Paulo  Castro  Silva  dos  Santos. Hoje no  6o  ano  do  ensino fundamental, Paulo  vê  nos  estudo  a  oportunidade  de se aperfeiçoar  e  crescer  como  profissional.  “Além  disso,  estudar  é  um sonho. Quero terminar, pelo menos, o ensino fundamental. Essa é uma oportunidade de estudo que não podemos deixar passar”, afirma.

Colega  de  aula  e  de  obra  de  Paulo,  o  também  servente  de  pedreiro Antônio Rodrigues  Viana  também  aproveita  o  horário  das  aulas  para  se  dedicar e recuperar o tempo perdido. “Eu nunca tinha estudado, nem meu nome eu sabia escrever. Hoje eu já sei escrever algumas coisas e leio também”, comemora.

Processo  muito  semelhante  acontece  dentro  Dinâmica  Engenharia.   Natural do Tocantins,  veio  para  Goiânia  ano  passado  e  não  encontrava  vaga  para estudar de noite.  “Estudar  de  dia  eu  não  podia,  por  causa  do  trabalho”, conta.  Estava fora  da  escola  quando  soube,  na  entrevista  de  emprego  na Dinâmica Engenharia, de que a empresa oferecia a escola nas obras. “Foi uma oportunidade perfeita. Até falei na entrevista isto e  ressaltei que não era papo de candidato. Eu queria realmente estudar”, conta.

Entre  as  vantagens  de  estudar  no  canteiro,  ele  ressalta  que  é  a  economia de tempo. “Mesmo  se  tivesse  arrumado  a  vaga,  o  tempo  é  curto  para  pegar o trânsito,  jantar  e  chegar  na  escola”,  calcula.  Outra  vantagem,  assinala a coordenadora  de  recursos  humanos  da  Dinâmica  Engenharia,  é  que  o trabalhador já  parte  para  os  estudos  ali  no  mesmo  ambiente,  após  o  banho e  o  lanche.  “Se forem  para  casa  e  o  cansaço  bater,  a  desistência  tem  mais chances de acontecer”, diz.

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