Goiânia, na visão de quem cuida de seus jardins

por Comunicação sem Fronteiras

Espaço Cultural da Praça Consciente abre nesta quinta-feira, 23 de abril,  a exposição “Goiânia em Preto e Branco”, assinada pelo jardineiro e fotógrafo da Comurg, Luciano Magalhães

As paisagens de Goiânia passam, muitas vezes, despercebidos por quem passa pelas ruas da Capital, seja pelo trânsito intenso ou pela agenda cheia de compromissos. Foi em meio à pressa e ao stress do cotidiano, que o jardineiro da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Luciano Magalhães, desenvolveu sua visão singular da cidade. A rotina de tratar de plantas e flores, aparar as gramas, despertou nele o desejo de fotografar Goiânia e, assim, congelar as imagens que tanto atraiam o seu olhar.

Luciano é jardineiro concursado desde 2006. Admirado pelas cenas que enxergava em seu dia a dia, procurou aprimorar os conhecimentos sobre a arte, então ingressou na faculdade para dominar as técnicas de fotografia profissional. Tornou-se, então o fotógrafo do órgão, e hoje já possui um acervo com mais de cinco mil fotos artísticas tiradas na cidade.

Do acervo, resultou o trabalho  “Goiânia em Preto e Branco”, que será aberta ao público a partir desta quinta-feira, 23 de abril, no espaço cultural da Praça Consciente. A abertura da exposição itinerante está marcada para as 17h, com a presença do artista, e ficará aberta à visitação até o dia 30 de abril. A entrada é franca.

Ao todo, serão 45 imagens que incluem lugares pouco observados pela população como parques e praças na periferia e também espaços bastantes conhecidos, como o Monumento das Três Raças. “Mantenho uma ligação próxima com alguns locais, como este da Praça Cívica, que aguei durante seis meses e pude admirar por diferentes ângulos”, conta. As molduras e cavaletes utilizados foram feitos de materiais reaproveitados do lixo, recolhido diariamente em Goiânia.

Luciano explica que não utilizou as cores para dar uma sensação de sentimento, nostalgia.  “Desperta nas pessoas a imaginação e a memória afetiva com os locais, de como seria aquele lugar. Cria uma vontade de retornar àquele lugar para se vê se está do mesmo jeito como na foto.”

Além de apresentar seu olhar para  a cidade, e incentivar que os moradores aprendam a perceber as belezas da cidade, Magalhães também quer despertar a sociedade para valorizar o trabalho de seus colegas, que muitas vezes se tornam invisíveis para a população.

“Se os parques, as praças estão limpas é porque eles dedicaram toda uma atenção especial para isto. Quando falamos em lixo, as pessoas devem se conscientizar que por trás disso tem um ser humano que sai cedo de casa para cuidar, para a cidade ficar bonita”, destaca o fotógrafo.

A exposição começou no final de 2014, por incentivo da Presidência da Comurg, que abriu espaço dentro do próprio órgão para Magalhães. De lá, passou pela Câmara Muncipal de Goiânia, por escolas na capital e, agora, chega à Praça Consciente.

Dos canteiros para a graduação - Nascido e criado em Goiânia, Luciano Magalhães mora na região metropolitana da capital em Aparecida de Goiânia. Ingressou na Comurg como jardineiro em 2006. Pai de três filhos, ele fala de um de seus lugares de grande representatividade na capital. “Sem dúvida, é a Avenida Circular [no Setor Pedro Ludovico], trabalhei na revitalização dela, tem um significado especial para mim”, conta. Como jardineiro ele trabalhou até 2011, mas a paixão pela fotografia moveu Luciano Magalhães para novos horizontes. Depois de concluir a formação específica, passou a exercer função de fotógrafo da Comurg. A respeito do futuro, ele alimenta o entusiasmo. “Quero um dia lançar livro de fotos. Pois aí, meu trabalho e admiração por Goiânia chegaria mais longe”, espera Magalhães. Hoje, ele cursa o 3º período do curso de Jornalismo.